ROCHESTER, Minnesota — O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum no mundo. Embora o exame preventivo tenha ajudado a detectar e prevenir a disseminação do câncer colorretal, os principais avanços em seu tratamento parecem lentos.
Agora, uma nova pesquisa realizada pelo Mayo Clinic Comprehensive Cancer Center (Centro de Câncer da Mayo Clinic) demonstrou que a adição de imunoterapia à quimioterapia após a cirurgia para pacientes com câncer colorretal em estágio 3 (nódulo-positivo) - e com uma composição genética específica chamada reparo de incompatibilidade de DNA deficiente (dMMR) - foi associada a uma redução de 50% na recorrência do câncer e na morte de pacientes em comparação com a quimioterapia sozinha. Aproximadamente 15% das pessoas diagnosticadas com câncer colorretal apresentam dMMR e, até o momento, esses tumores parecem menos sensíveis à quimioterapia. Os resultados do estudo multicêntrico foram apresentados durante uma sessão plenária no 2025 American Society of Clinical Oncology (ASCO) Annual Meeting, em Chicago.
“Os achados de nosso estudo representam um grande avanço no tratamento adjuvante do câncer colorretal dMMR em estágio 3 e, a partir de agora, mudará o tratamento para esse tipo de câncer”, diz o oncologista Frank Sinicrope, M.D., oncologista da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota, que liderou o estudo. “É extremamente gratificante poder oferecer aos nossos pacientes um novo regime de tratamento capaz de reduzir o risco de recorrência e de aumentar a chance de sobrevivência.”
Até hoje, o tratamento padrão após cirurgia para qualquer câncer colorretal em estágio 3 seria a quimioterapia. No entanto, os pesquisadores notaram que aproximadamente 30% dos pacientes experimentavam recorrência do câncer, apesar do tratamento.
O estudo clínico registrou 712 pacientes com câncer colorretal dMMR em estágio 3 removido cirurgicamente e que tinham células cancerígenas em seus linfonodos. A imunoterapia administrada neste estudo foi um inibidor de ponto de verificação imune, conhecido como atezolizumabe, que ativa o sistema imunológico para atacar e matar as células cancerígenas, responsáveis pela recorrência e propagação do câncer. Os pacientes, moradores dos Estados Unidos e da Alemanha, receberam quimioterapia por seis meses junto com a imunoterapia e, em seguida, continuaram apenas com a imunoterapia por outros seis meses.
Dr. Sinicrope e outros pesquisadores estudaram anteriormente pacientes com câncer colorretal cujas células são incapazes de reparar erros durante a replicação do DNA e que criam uma incompatibilidade nucleotídica, uma condição chamada dMMR. Eles observaram que os tumores desses pacientes mostraram um aumento impressionante nas células inflamatórias dentro do tumor, incluindo aquelas que expressam o alvo dos inibidores de pontos de controle imunológico. A partir disso, surgiu a ideia de usar inibidores do ponto de verificação imune para tornar as células imunes mais eficazes em atacar e matar as células cancerígenas.
Com base dos dados deste estudo, o Dr. Sinicrope recomenda que esse tratamento combinando imunoterapia e quimioterapia seja o novo tratamento padrão para o câncer colorretal em estágio 3 com deficiência no reparo de incompatibilidade (dMMR). A equipe da pesquisa planeja recomendar essa prática para a National Comprehensive Cancer Network, uma organização sem fins lucrativos, composta por 33 importantes centros oncológicos, incluindo a Mayo Clinic.
O estudo incluiu pacientes com síndrome de Lynch, a forma mais comum de câncer colorretal hereditário, já que esses pacientes podem apresentar tumores com deficiência no reparo de incompatibilidade (dMMR).
“Estamos mudando o paradigma do tratamento do câncer colorretal. Ao usar a imunoterapia em estágios anteriores da doença, estamos obtendo benefícios significativos para nossos pacientes”, diz o Dr. Sinicrope.
Veja o resumo para obter uma lista completa de autores, divulgações e financiamento.
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