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Pesquisadores da Mayo Clinic validam exame de sangue para diagnosticar Alzheimer em clínicas ambulatoriais de memória

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Mayo Clinic

JACKSONVILLE, Flórida — A doença de Alzheimer, caracterizada pela perda de memória, problemas de concentração e pensamento, além de alterações na personalidade e no comportamento, causa um grande impacto na vida dos pacientes, de suas famílias e entes queridos. Com novos tratamentos disponíveis para pessoas com os sinais iniciais da doença, cresce a necessidade de se ter exames acessíveis e de baixo custo para diagnosticar o Alzheimer mais cedo. Em um novo estudo, pesquisadores da Mayo Clinic confirmaram a precisão de um exame de sangue aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) que pode ser utilizado em clínicas ambulatoriais de memória para diagnosticar a doença em pacientes com diferentes graus de comprometimento cognitivo. As descobertas estão publicadas na Alzheimer's and Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.

Os métodos tradicionais de medir o acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro, que indicam a doença de Alzheimer, incluem a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e punções lombares. No entanto, esses exames podem ser caros e invasivos. Biomarcadores mais acessíveis, não invasivos e de baixo custo — indicadores mensuráveis de uma doença — são necessários para melhorar os diagnósticos em geral nos ambientes clínicos.

"Nosso estudo constatou que o exame de sangue confirma o diagnóstico da doença de Alzheimer com 95% de sensibilidade e 82% de especificidade," afirma o autor correspondente, o Dr. Gregg Day, neurologista especializado em demência e pesquisador clínico na Mayo Clinic. "Quando realizado em ambiente ambulatorial, o exame apresenta uma precisão semelhante à dos biomarcadores do líquido cefalorraquidiano, com a vantagem de ser muito mais conveniente e de baixo custo."

A equipe da pesquisa afirma que suas descobertas indicam um grande potencial para:

  • Identificar melhor os participantes da pesquisa que apresentam alterações cerebrais associadas à doença de Alzheimer.
  • Triar e selecionar pacientes com Alzheimer para a participação em ensaios clínicos.
  • Avaliar como os pacientes respondem às terapias durante os ensaios clínicos.

Mais de 500 pacientes em tratamento para diferentes tipos de problemas de memória da Clínica de Distúrbios de Memória ambulatorial da Mayo Clinic, na Flórida participaram do estudo. O grupo era composto por pacientes com comprometimento cognitivo de início precoce e tardio, Alzheimer típico e atípico, demência por corpos de Lewy e comprometimento cognitivo vascular.

Os pacientes tinham entre 32 e 89 anos, sendo a média de idade para o início dos sintomas de 66 anos. Em 56% dos casos, foi determinado que a doença de Alzheimer era a causa subjacente dos sintomas. A equipe também realizou exames séricos para avaliar a função renal que, por sua vez, pode impactar os níveis dos biomarcadores no plasma.

Os laboratórios da Mayo Clinic analisaram dois tipos de proteínas no plasma sanguíneo associadas ao acúmulo de placas de amiloide, característica central da doença de Alzheimer: Aβ42/40 e p-tau217. Os pesquisadores observaram que os níveis da p-tau217 estavam mais elevados em pacientes com Alzheimer em comparação com aqueles sem a doença. Além disso, descobriram que concentrações mais altas de p-tau217 no plasma também estavam associadas à alteração da função renal, fator que, segundo os pesquisadores, deve ser levado em consideração ao realizar o exame de sangue.

As concentrações de p-tau217 no plasma foram positivas em 267 dos 509 pacientes, incluindo 233 dos 246 pacientes (95%) com comprometimento cognitivo atribuído à doença de Alzheimer.

O estudo foi apresentado no Encontro Anual da American Academy of Neurology em abril.

Em um estudo anterior, pesquisadores da equipe dos laboratórios da Mayo Clinic já haviam demonstrado a utilidade desses exames de sangue em comparação com as tomografias PET com amiloide em participantes da pesquisa.

O Dr. Day afirma que os próximos passos dessa pesquisa incluem avaliar os exames de sangue em populações de pacientes mais diversas e em pessoas com Alzheimer em estágio inicial que ainda não apresentam sintomas cognitivos. Além disso, a equipe também pretende investigar fatores específicos da doença que possam impactar a precisão dos biomarcadores em ensaios clínicos.

Outros autores da Mayo Clinic incluem o Dr. Yoav Piura, o Dr. Christian Lachner, o Ph. D. Joshua Bornhorst, a Ph. D. Alicia Algeciras Schimnich e o Dr. Neill Graff-Radford. Para obter uma lista completa de autores, financiamentos e declarações, consulte o artigo.

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