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Pequenos primatas com faces mais expressivas do que se pensava

Nova ferramenta revela as expressões faciais do sagui de tufo branco

Peer-Reviewed Publication

Kyoto University

image: Saguis possuem menos movimentos faciais do que os humanos, mas mais movimentos faciais do que se esperava. view more 

Credit: KyotoU/Catia Correia-Caeiro

Quioto, Japão -- Como é que nós humanos sabemos quando os nossos filhos precisam de algo? Os seres humanos conseguem facilmente identificar o significado de expressões faciais noutros humanos, quer explicitamente através da fala, quer implicitamente pelo contexto.

No entanto, quando tentamos perceber as expressões de animais, enfrentamos o desafio acrescido de interpretar sinais familiares em contexto adequado. Por exemplo, quando vemos sorrisos expondo os dentes noutros seres humanos, a emoção correcta com que é geralmente associada esta expressão facial é a de alegria, enquanto que para outros primatas, esta poder ser uma expressão de medo ou submissão.

Um grupo de investigação da Universidade de Quioto adaptou o sistema humano de codificação de acção facial, ou FACS (do Inglês Facial Action Coding System), como uma ferramenta para comparações sistemáticas de músculos faciais entre espécies, para ajudar a interpretar as expressões resultantes. As contrações musculares faciais movem porções da pele, produzindo um conjunto de mudanças de aparência que são visíveis no rosto. 

Por sua vez, estas alterações funcionam como indicadores para movimentos específicos que o FACS ajuda a identificar. O FACS analisa e classifica os movimentos visíveis feitos pelos músculos faciais através das chamadas unidades de acção, ou AU (do Inglês Action Unit). 

"Os saguis de tufo branco demonstram características socioecológicas e musculatura facial primitiva que sugerem mobilidade facial inferior à de outros primatas. Mas, surpreendentemente, quando usámos esta versão adaptada do FACS, houve realmente pouca diferença", diz a primeira autora e líder do estudo, Cátia Correia-Caeiro.

A ferramenta CalliFACS, cuja designacão deriva do nome científico do sagui de tufo branco, Callithrix jacchus, detectou 33 movimentos faciais, dos quais quinze eram AUs. Isto significa que a mobilidade facial em saguis de tufo branco é inferior à dos seres humanos, mas semelhante a outros primatas estudados, nomeadamente chimpanzés, orangotangos, macacos rhesus e gibões. 

Este número inesperadamente elevado de movimentos faciais no sagui de tufo branco foi um resultado surpreeendente, o que para os autores deste estudo, sugere que as expressões faciais são mais ancestrais e comuns entre os animais sociais do que se pensava anteriormente.

“A criação do CalliFACS mostrou-nos claramente o quão complexa pode ser a comunicação animal", declara a autora.

Segundo Cátia Correia-Caeiro, o desenvolvimento de um FACS para o sagui de tufo branco como primeiro primata do novo mundo é significativo. "Esta ferramenta vai permitir o desenvolvimento da área de investigação da evolução da comunicação humana e da emoção, ao comparar humanos com um primata mais distante em estudos de expressões faciais", conclui a autora.

Sobre a Universidade de Quioto
A Universidade de Quioto é uma das principais instituições de investigação do Japão e da Ásia, fundada em 1897 e responsável pela produção de inúmeros prémios Nobel e recipiente de outros prémios internacionais de prestígio. Um vasto currículo em todas as artes e ciências, tanto a nível de graduação como de pós-graduação, é complementado por vários centros de investigação, bem como instalações e escritórios em todo o Japão e no mundo. Para mais informações, consulte: http://www.kyoto-u.ac.jp/en


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