Feature Story | 24-Nov-2025

Outra razão crucial para prevenir e controlar o diabetes: é uma das principais causas de doença renal crônica

Novembro é o Mês de Conscientização sobre o Diabetes

Mayo Clinic

JACKSONVILLE, Flórida — O diabetes afeta a forma como o corpo utiliza a glicose, também conhecida como açúcar no sangue. Isso pode significar que há açúcar em excesso no sangue, o que pode causar danos às pessoas de várias maneiras. Uma complicação séria é a doença renal crônica. Ivan Porter II, M.D., nefrologista na Mayo Clinic na Flórida, explica a ligação entre o diabetes e a doença renal crônica.

 

De acordo com as estatísticas globais, até 40% das pessoas com diabetes desenvolvem doença renal crônica, também chamada de insuficiência renal crônica. Nesses casos, os rins não conseguem exercer de forma eficaz sua função mais importante: regular a composição do sangue, filtrando impurezas e mantendo o equilíbrio e a quantidade de sal e água no corpo.

 

A doença renal crônica pode estar em estágio avançado antes que os sintomas apareçam e as pessoas sejam diagnosticadas. Ela pode evoluir para insuficiência renal terminal, que pode ser fatal sem diálise ou transplante de rim.

 

Tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 podem levar à doença renal crônica, sendo o diabetes tipo 2 uma causa muito mais comum. Em ambos os tipos, o corpo não consegue produzir insulina suficiente. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que ajuda o corpo a converter o açúcar em energia. Como uma das funções mais importantes dos rins é limpar o sangue, eles também ajudam a regular os níveis de glicose no sangue, explica o Dr. Porter.

 

"Os altos níveis de glicose circulante no sangue são tóxicos para os nervos e vasos sanguíneos, e os rins são basicamente uma grande bola de vasos sanguíneos," diz o Dr. Porter. "A presença de glicose elevada provoca alterações químicas que levam à presença de proteína na urina, e a presença dessa proteína ativa diretamente fatores que causam cicatrização e fibrose dentro do rim, agravando a doença renal."

 

A forma como o diabetes e a doença renal crônica se sobrepõem e interagem uma com a outra é complexa. O excesso de glicose no sangue pode danificar os rins e levar à doença renal crônica. Ao mesmo tempo, o declínio da função renal associada à doença renal crônica pode provocar resistência à insulina, o que pode causar diabetes tipo 2. Além disso, o declínio da função renal pode agravar um diabetes pré-existente.

 

Quanto mais tempo uma pessoa tiver diabetes — e quanto menos controlados estiverem os níveis de açúcar no sangue — maior é o risco de complicações, como a doença renal crônica. 

 

Existem cinco estágios da doença renal baseados na taxa de filtração glomerular (TFG). A TFG mede quão bem os rins filtram as impurezas do sangue. Os estágios são:

 

  • Estágio 1. Neste estágio, A TFG é igual ou superior a 90, o que é considerado um nível saudável. No entanto, há também outro indicador de doença renal presente, como sangue ou proteína na urina.

 

  • Estágio 2. Neste estágio, a TFG está entre 60 e 89.

 

  • Estágio 3. Este estágio é dividido em dois subtipos — estágio 3a e estágio 3b. No 3a, a TFG está entre 45 e 59, indicando um declínio leve a moderado da função renal. No 3b, a TFG está entre 30 e 44, indicando uma redução mais acentuada da função renal.

 

  • Estágio 4. A TFG está entre 15 e 29, e o declínio renal é grave.

 

  • Estágio 5. Este estágio é considerado doença renal terminal, também chamado de insuficiência renal. A TFG é inferior a 15. Nesse ponto, é necessário fazer diálise ou realizar um transplante de rim.

 

Na maioria das vezes, a doença renal crônica é diagnosticada no estágio 3 ou posterior.

 

"A presença de outras comorbidades, como pressão arterial descontrolada, diabetes não controlado ou presença de proteína na urina, pode fazer com que um estágio aparentemente inicial seja mais grave para determinada pessoa," diz o Dr. Porter.

 

Nem todas as pessoas que vivem com diabetes irão desenvolver doença renal crônica. O Dr. Porter ressalta que é fundamental controlar o diabetes, monitorar regularmente a função renal e adotar medidas para proteger a saúde dos rins, a fim de reduzir o risco.

 

O controle do diabetes inclui o gerenciamento de medicamentos, o desenvolvimento de uma rotina de alimentação saudável, exercícios físicos e planejamento de fatores que podem afetar os níveis de açúcar no sangue, como doenças, estresse e alterações nos níveis hormonais decorrentes dos ciclos menstruais, perimenopausa e menopausa.

 

O diabetes tipo 2 apresenta fatores de risco que podem ser evitados ou controlados pelas pessoas. Estes incluem prevenir ou tratar o excesso de peso ou a obesidade; manter-se ativo; manter níveis saudáveis de colesterol HDL, também conhecido como colesterol bom, e evitar o consumo de álcool ou limitá-lo a um nível moderado. 

 

Para maiores informações, visite Mayo Clinic e Mayo Clinic Press.

 

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